Ao contrário do que muita gente pensa, ser obeso (na maioria das vezes) não é uma escolha de vida. Envolve uma série de fatores como os hormonais, sociais, psicológicos etc. A obesidade é sim uma DOENÇA que pode ser difícil tratar.
A Cirurgia Bariátrica é uma técnica cirúrgica eficaz para quem tem obesidade mórbida, e vem sendo utilizada quando os tratamentos convencionais não apresentam resultados expressivos.
Quando a obesidade vem associada a comorbidades como: diabete, hipertensão arterial, síndrome de apnéia do sono, etc.. a cirurgia bariátrica vem sendo o tratamento mais indicado, em função da gravidade do quadro apresentado.
Existem várias técnicas cirúrgicas, o médico responsável irá avaliar qual é o mais indicado para cada paciente.
O paciente deve pesquisar muito a respeito, levar seus questionamentos à sua equipe multidisciplinar e não se limitar pelo que foi passado é importante ter o mínimo de conhecimento do quão grande serão as mudanças, tanto físicas quanto emocionais.
Sabe-se que é freqüente pós cirurgia, uma dificuldade de lidar com a compulsão alimentar e a nova imagem corporal que se apresenta com a perda de peso. A cirurgia de redução de estômago não faz milagres, cabe aos pacientes fazer a manutenção dela, ou seja, praticar a reeducação alimentar, exercícios físicos e os acompanhamentos frequentes ao cirurgião bariátrico, nutricionista e psicólogo, para garantir bons resultados.
O psicólogo inicialmente fará um levantamento de dados relativos sobre a vida pregressa do paciente, a alimentação, cuidados pessoais, assim como, a aplicação de testes que irão avaliar aspectos de personalidade, imagem corporal e alimentar.
Ao fazer a opção pela cirurgia bariátrica, o indivíduo deve se preparar para diversas mudanças que virão em função desta decisão, inclusive aspectos internos e externos, pois terá que adaptar ao seu novo esquema corporal e alimentar.
Após a cirurgia, o trabalho continua, pois o paciente terá que adaptar-se com o fato de não poder se alimentar da forma que gostaria, pois estará de fato em processo de privação. A gastroplastia força com que o paciente mude completamente seu comportamento alimentar, provocando a perda de peso de forma bem rápida. E ás vezes, nem sempre o lado psicológico acompanha essa velocidade. A ficha demora a cair e perceber as mudanças que o corpo vem sofrendo. E aí que entra o psicólogo, para auxiliar desde antes da cirurgia bariátrica ao paciente entender essas mudanças e saber lidar com elas.
O psicólogo deverá auxiliar o paciente na adaptação ao seu novo estilo de vida, enfocar na mudança do comportamento alimentar, desenvolvendo comportamentos assertivos e maior adesão ao tratamento nutricional e médico. O acompanhamento é essencial.
O enfoque do tratamento será sua nova imagem corporal, e suas repercussões na personalidade do indivíduo, que nesse momento está vivendo a realidade concreta de sua escolha e nem sempre consegue aceitar o fato quando este se apresenta finalizado.
Ariane Reolon Neves